Os novos suportes plásticos para iniciantes treinarem a patinação

Se você já ouviu falar ou teve contato com os novos “Skate Mate Trainers” (suportes amigos para treinar patinação – em português seria mais ou menos isto), aqueles artefatos de barras plásticas semelhantes aos carrinhos para os bebês aprenderam a andar, que supostamente destinam-se a ajudar as crianças a aprender como patinar, com certeza deve ter alguma opinião a respeito deles. Eles são como um caminhador para idosos com rodas e, teoricamente deveriam ajudar no ganho de equilíbrio e confiança de crianças e jovens que estão iniciando na patinação. Da mesma forma que a evolução das pistas para ciclistas, estes novos aparatos deveriam ter sua própria pista nos ringues, pelo menos é o que a maioria pensa.

Os proprietários de ringues, pais e as crianças adoram este novo invento e, atualmente, estes novos equipamentos estão gerando um faturamento bastante significativo para as instituições que alugam e as lojas que vendem. Os pais podem relaxar ao lado de fora e ficar focados em seus fones. E as crianças se sentem, de alguma forma livres, mesmo se estão frustradas que não conseguem efetivamente patinar ou aprender a patinação por si só.

 

 

Os novos aparatos estão sendo alugados, na maioria dos casos, para as crianças, cobrando por seção ou por hora de uso. Os ringues tradicionais ao estilo mais antigo preferem evitar este tipo de aparato, ou por falta real de espaço específico pra seu uso, ou simplesmente por seus donos não acreditarem que isto é uma forma real de aprender-se a patinar por conta própria. Os pais acabam por aborrecer-se se o ringue que os aluga acaba por ter todos alugados durante uma seção. Sim, pais podem ser realmente inconvenientes algumas vezes, com a equipe que gerencia um ringue se este não consegue obter um livre para seu filho(a). É só perguntar a um dono de ringue de patinação que ficou sem estes suportes em uma tarde de sábado extremamente movimentada.

Os patinadores, por outro lado, passaram a reclamar sobre o mau uso destes treinadores plásticos, por parte das crianças, já que estas não obedecem exatamente as regras de patinar em uma determinada direção, viram repentinamente de uma direção para outra, atravessam as pistas sem qualquer noção e até mesmo derrubam os treinadores em frente aos patinadores mais experientes. Mas, bem ou mal, já estamos vendo estes suportes em muitos ringues.
 

De onde eles vieram?

 
Estes treinadores começaram a aparecer em alguns ringues por volta de uma década atrás. Foram projetados, em teoria, para ajudar as crianças a aprenderem a patinar com qualquer tipo de patins, em linha ou quads. As primeiras versões costumavam virar facilmente e causavam problemas e contusões para outros patinadores dentro do ringue. O problema da estabilidade foi bastante melhorado.

Existem vários lados deste debate sobre o uso destes equipamentos em ringues de patinação. Os patinadores mais experientes estão preocupados com o que possa ocorrer quando um destes aparatos em forma de gaiola venha voando na direção deles, coisa que não é raro de acontecer. Os que estão mais incomodados pelos novos treinadores de plástico são os patinadores sazonais que pagam profissionais para aprenderem e compraram seus patins de forma planejada, tudo para se depararem com a turminha miúda no ringue transformando tudo em uma zona perigosa para iniciantes.

Entendemos porque os ringues começaram a usar estes auxiliares. O faturamento que eles geram ajuda a manter o estabelecimento aberto e, nos últimos tempos, os pais estão começando a cobrar pela sua oferta. Pelo jeito, em razão da geração de valores significativos em termos de faturamento com a locação, esta parafernália não irá desaparecer e sua tendência é aumentar mais.

 

 

Uma solução simples

 
Alguns ringues de patinação são grandes o suficiente para possuírem um mini ringue para a garotada, o que é uma solução muito boa para acomodar a turminha que usa os “andadores” de treino.  Mas em outros casos, como a área não é suficiente, onde exista apenas uma pista, que tal tentar o que alguns já estão aplicando em vários locais? Introduzida a ideia ainda em ringues americanos, algum tempo atrás, foram pintadas nos ringues diferentes faixas, sendo que a lateral, aquela mais próxima da mureta de segurança do ringue, seria de uso exclusivo desta garotada usando os treinadores. Desta forma a área interna fica proibida para o uso com treinadores plásticos e, aqueles que usam este equipamento e aqueles que costumam começar se apoiando na mureta externa, terão uma área exclusiva para seu início na patinação. A ideia parece que está pegando e que realmente está funcionando.

Ainda como um bônus, alguns proprietários de ringues informam que esta divisão de pistas também faz com que os usuários mais rápidos da parte interna, ao saírem do ringue, reduzam muito a velocidade. Isto evita que aqueles que estejam do lado externo da mureta, apenas observando, não acabem por ser nocauteados por um patinador rápido que entra na zona dos iniciantes e acaba sendo atropelado por uma criança com um treinador e voando em direção aos que estão assistindo. Por outro lado, muitos que ficam parados na mureta, sem patinar, apenas conversando e socializando, terão que sair do ringue para tal, porque o tráfego não irá permitir este tipo de inconveniente.
 

Por que não usar o centro do ringue?

 
Alguns ringues adotaram o centro como o local para os usuários dos treinadores, utilizando auxiliares e guardas de ringue para guiar os novatos até o centro e de volta para a área externa. Mas não nos parece que faça sentido, já que isto interrompe os patinadores avançados de praticar suas habilidades e manobras no meio da pista e, além de tudo, é perigoso para todos os envolvidos. O centro do ringue deveria ser um local especial para os grandes patinadores, para a prática de movimentos de dança, acrobacias e truques. Isto sempre atrai atenção positiva e desperta interesse, além de dar mais motivação aos demais que estão praticando, iniciantes ou intermediários.
 

 

E os praticantes de patinação mais agressiva ou de dança em grupos?

 
Estes argumentam que os patinadores mais lentos não deveriam estar tomando espaço nas laterais do ringue próximos da mureta. Neste caso estamos falando de sessões da tarde onde os ringues estão praticamente lotados. Para patinadores adultos que querem  a linha externa para estas práticas é possível sim, mas lembrando que seriam casos específicos, horários específicos ou dias em particular, para não ficar uma confusão de trocas de posição a qualquer momento. Os usuários de treinadores ou da mureta como suporte não se misturam bem com estes praticantes na mesma área. Para isto a ideia seria não permitir que o uso destes aparatos de treinamento fosse praticado em determinadas sessões.

Adicionar uma linha específica para aqueles que começaram a usar este novo tipo de apoio ao aprendizado é uma situação perfeita em que, tanto iniciantes quanto adultos podem conviver sem quaisquer problemas e mais, os auxiliares e guardas de pistas podem manter um fluxo melhor de tráfego em movimento durante todo o tempo.